quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Entrevista com o Professor Dr. Elton Antunes

Relato de sua formação acadêmica.

Possui graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (1988), mestrado em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1995) e doutorado em Comunicação e Cultura Contemporânea na UFBA (2007). Atualmente é professor da Universidade Federal de Minas Gerais. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Teoria da Comunicação, atuando principalmente nos seguintes temas: jornalismo, mobilização social, comunicação, meio ambiente e reportagem.

Perguntas:

1 - Em que patamar você caracteriza a crítica da mídia no Brasil, em comparação com outros países? Se é que existe qual a diferença entre os países de primeiro e terceiro mundo?

“Não me considero especialista, mas apenas um leitor de critica de mídia.” Pelo leitor que é estamos nos passos iniciais deste processo se comparado a França, Inglaterra e Estados Unidos que tem ferramentas especificas para a crítica. A Inglaterra, por exemplo, tem jornais específicos voltados a crítica de mídia. Nestes paises a presença do ombudsman já existe há mais tempo.

A critica de mídia no Brasil e muito menor que nos paises mais desenvolvidos, lá a critica é algo natural. No Brasil a critica gera polêmica, pois a uma inversão de papeis, damos mais valor a quem se critica e não damos o devido valor ao objeto da critica.

2 - Em sua opinião, o que é indispensável e o que não pode conter em um jornal escrito diário?

Tem que ter jornalismo. Falta a argumentação mais clara do porque se publica algo ali? A articulação entre as matérias, a coerência da página e o julgamento da matéria ali impressa.

3 - Qual a sua opinião sobre os jornais sensacionalistas em formato de tablóide? Você vê imparcialidade neles?

São jornais que exploram determinados nichos de mercado. O “sensacionalismo” está mais voltado para a matéria. Qualquer jornal pode ser sensacionalista ou publicar sensacionalismo em suas paginas.

Não podemos estigmatizar, pois por meio deles a população tem acesso as a publicações diárias. O é um tipo de jornal que não traz a imparcialidade, pois seus relatos não retratam todos os lados de um fato, mas o fato em si. Funciona pela premissa da adesão. Não se preocupa com os lados, mas sim com a notícia, pois o tipo de jornalismo que não tem como premissa central a imparcialidade.

“Eles não fazem o jornalismo, ou o jornalismo não precisa ser imparcial?”

4 - Nesta nova era para a qual caminhamos onde velocidade da informação é muito grande. Como você vê o papel do jornal impresso neste futuro?

“Não advogo a tese do fim do jornal, distinguindo o produto editorial jornal do material jornal.”
O produto editorial tal como o jornal é, deve permanecer. O formato de página este não deve ser perdido, pois é a característica mais marcante do jornal. Já o suporte (papel) este deve variar.

Em um futuro o jornal terá seu formato digital, não como o formato web. Na web a home-page na verdade não tem um formato de pagina propriamente dita, pois não pode passar as páginas e sim trocar de janela.

A digitalização é algo muito provável, mas deve-se tomar cuidado com o formato a ser utilizado. Tem jornais hoje em dia já digitalizados, o jornal gera a página em formato eletrônico (pdf) e o leitor imprime onde lhe convier.

Em algum momento o jornal pode até chegar a utilizar-se de saídas digitais (TV, radio) mas com a saída em outros meios que não estes.

5 - Você acredita que a internet pode em um futuro chegar a substituir o jornal impresso?

Não. Os meios de comunicação se reacomodam e ocupam campos com estratégias distintas, ele pode realocar e não substituir. A comunidade que define o futuro do meio.

Um exemplo disto é a tipografia. “Ela não há mais porque existir, mas para certos fins artesanais ela ainda existe e se justifica.”

6 - Qual a sua opinião sobre a qualidade da informação apresentada pelos principais jornais impressos mineiros? E se comparados a outros no Brasil?

A noção que qualidade é bem abrangente para a cobertura regional é pobre no formato nacional se comparado com o Globo ou Folha. O olhar que eles dão é muito pobre, pois não relata nem o nacional nem o regional de forma precisa. “Quem mora em Belo Horizonte não tem uma noção muito clara do que acontece no interior.”

7 – Algum outro comentário a cerca de crítica de mídia ou jornal impresso?

Segundo Jose Luis Braga a disseminação da crítica de mídia deveria seguir a noção do “sistema social de resposta”.

A crítica da mídia da forma que esta hoje parece ser algo de especialista e em locais específicos (Observatório de imprensa, por exemplo). Um exemplo disto é o caderno de TV, todos os jornais têm este caderno, nele não tem nenhum tipo de critica, só o resumo das novelas e relato da vida das celebridades.

“ A mídia da forma que existe não pode passar sem a critica da sociedade”.

Um comentário:

Anônimo disse...

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